por Tagus
(o texto não representa
necessariamente
a opinião do coletivo)
No mito
Castor e Pólux são filhos de Leda e de Tíndaro, reis de Esparta. Seu pai espiritual é Zeus, todavia, que fecundou Leda sob a forma de um cisne, de modo que a rainha deu à luz -assim narra a lenda- dois ovos. Em um, Clitemnestra e Castor, que herdaram a mortalidade de Tíndaro, e em outro Helena (a de Tróia) e Pólux, que "puxaram" o lado divino sendo, portanto, imortais.
Tão unidos eram Castor e Pólux que não podia se cogitar um sem o outro. São conhecidos como os "Dióscuros" (Διόσκουροι, Dióskouroi), isto é, "rapazes [filhos] de Zeus", evidenciando a presença divina em sua origem. Castor era famoso por seu talento com cavalos, Pólux, pela habilidade na luta corporal.
"(...) Irmãos meus, onde estão?// Castor na cavalaria/ Pólux no pugilato// irmãos meus que,/ de mim envergonhados// ou à guerra não vieram/ ou, por tal infame irmã,/ dos navios não fizeram desembarque.// Assim suspirava diva Helena// desconhecendo que/ os gêmeos/ profundamente/ em sua Esparta natal/ já repousavam." (Fragmento do livro III da "Ilíada" de Homero, versão de Joycemar Tejo)
Participaram de diversos episódios da tradição mítica, como a Caçada ao Javali de Calydon [Caledônia] e a viagem do Argo em busca do velocino [tosão] de ouro. A fase como argonautas é marcante em sua representação, sendo doravante tidos "como padroeiros dos navegantes, para quem aparecem na forma do fogo de Santelmo" (Wikipedia).
Os Dióscuros são citados no Novo Testamento, nos "Atos dos Apóstolos":
"E três meses depois partimos num navio de Alexandria que invernara na ilha, o qual tinha por insígnia Castor e Pólux." (Atos 28:11)
Uso mágicko
Sendo os Dióscuros protetores dos viajantes (sobretudo os navegantes, como dito), sua evocação antes de cair na estrada -real ou figuradamente- é medida óbvia.
"(...) Filhos que salvam os homens terrestres nos barcos velozes/ Quando se agitam os ventos ao longo do mar implacável/ Ao despontar da borrasca, pois esse é o momento em que os nautas/ Chamam os filhos de Zeus grandioso, fazendo-lhes voto (...)" ("Hino Homérico" nº 33, "Aos Dióscuros", tradução de Carlos Leonardo Bonturim Antunes)
"(...) pedindo aos estrangeiros, como se conjurasse os Dióscuros, que nos salvassem, a mim e ao menino, dessa tripla onda de discussão (...)" ("Eutidemo" de Platão, tradução de Maura Iglesias. Atentar como "onda" aqui tem sentido simbólico- mesmo em um debate podemos naufragar!)
"Para recompensá-los, é dito que Zeus os colocou no céu, como as conhecidas estrelas [a Constelação de Gêmeos]. Poseidon, por sua vez, deu-lhes cavalos velozes e o poder para ajudar os náufragos." (Na "Astronomica" de [Pseudo-]Higino, tradução nossa a partir do inglês)
Sugestões ritualísticas
Imaginar, ao dar início à viagem ou ao deslocamento, as duas estrelas brilhando no céu iluminando e protegendo o caminho.
Como sigilo, é possível utilizar a própria representação da constelação.
Evidentemente não há necessidade de rigor "astronômico". A magia, em especial a do caos, é uma arte criativa e inventiva. Basta que o magista tenha firmeza no intento.
Velas, duas, é claro- uma para cada. Não havendo duas basta cortar uma única ao meio. Colocar o sigilo (a representação da constelação ou como preferir o magista) aos pés das velas. Visualizar as estrelas gêmeas brilhando diante de si. Cores, branco ou os diversos tons de azul, representando desde o mar ao céu estrelado.
Conceitos e palavras-chave
Abertura de caminhos — proteção para viagens — mares calmos — tranquilidade na jornada — caminhos fáceis.



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